domingo, 5 de julho de 2009

DESMISTIFICANDO ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO DOMÍNIO MORFOCLIMÁTICO AMAZÔNICO

Por muitos anos a Amazônia foi pensada como uma região homogênea e monótona, um espaço não habitado e sem dinamismo. Isso porque as sutis variações regionais na sua topografia, dos solos, das diversidades das águas e composição das florestas não são levadas em consideração. A combinação de elementos como clima, com temperaturas medias elevadas, precipitações abundantes e relativamente bem distribuídas, pequena amplitude térmica anual, contribuíram para a formação dessa idéia.
Formada por um conjunto de terras baixas de escala subcontinental com uma área superior a dois milhões de quilômetros quadrados, a Amazônia contém planícies aluviais, drenada por uma grande rede hidrográfica, perene, composta por gigantescos rios, se opondo a uma trama fina de rios de pequenos cursos e igarapés, com solos de baixa fertilidade.
A imensa cobertura florestal aparentemente homogênea dá lugar a rápidas variações de paisagens que ocorrem nas áreas de transição entre os terrenos sedimentares e os terrenos cristalinos. Essas faixas de vegetação de transição gradual, como a denominada vegetação tampão que possui grande individualidade e expressão paisagística, como as áreas de cocais, a exemplo das florestas de babaçu.
No interior da região amazônica também aparecem áreas com características de cerrado, cerradões, matas ralas e matas secas. O surgimento desses tipos de vegetação se deve a fatores pedológicos que não deram às condições necessárias a formação de uma vegetação de florestas densas.
Essas diferenças peculiares mostram que ainda se tem muito a pesquisar a respeito desse grande e importante domínio morfoclimático e biogeográfico, desmistificando sua aparência homogênea e monótona que permaneceu ao longo dos anos.
Referência Bibliográfica: A’b’Sáber,Aziz Nacib-A Amazônia: Do discurso à práxis-2ª ed-São Paulo:Editora da Usp,2004.

Post de Daiane Almeida



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