terça-feira, 30 de junho de 2009

O fracasso das agropecuárias, a expansão do desmatamento e propostas para recuperar a racionalidade.

Imagem retirada do site:ambiente.hsw.uol.com.br


Há muitos anos técnicos e cientistas,do Brasil e do exterior,tem chamado a atenção sobre as dificuldades que os solos e as condições ambientais da Amazônia apresentam para atividades agrícolas rentáveis,minimamente auto-sustentáveis.Poucos entretanto,têm contribuído para uma revisão consistente e construtiva das potencialidades agrárias da Amazônia,ao nível de todas as suas regiões,levando em conta a necessidade de se manter o máximo de florestas em pé e de adotar modelos específicos para cada tipo de gleba,face ao seu tamanho e ao mosaico interno de suas condições ecológicas.
Para qualquer planejamento agrário que implique desmatamento na Amazônia deve-se haver critérios sobre o tamanho das propriedades, etapas operacionais ao longo do tempo, experimentação prévia da resposta ecológica de diferentes terrenos e previsão de impactos físicos,bióticos e sociais das atividades a serem desenvolvidas.
O processo de degradação na Amazônia não é menos perigosos do que no restante do país.O uso de fertilizantes químicos ou agrotóxicos equivaleria a um genocídio coletivo de 4 a 5 milhões de habitantes da beira dos rios e igarapés,índios,seringueiros e beadeiros.Já o desmatamento de grande porte provoca uma residualização dos solos superficiais,com evacuação e ou entrocamento de argilas e ampliação de um horizonte de areis muito finas,equivalente ao diâmetro dos siltes.
Continuar com o desmatamento predatório para feitura de pastagens na região amazônica tende a transformar esta região num mar de siltes envolvendo o empobrecimento do seu solo.
Entre 1965 e 1990 totalizou-se uma somatória de devastação equivalente a 400.000(quilômetros quadrados) ,com forte aceleração de processos migratórios envolvendo componentes da base da sociedade de um baixíssimo nível de desenvolvimento econômico.
Para implantação de atividades agrárias na Amazônia inicialmente utilizou-se o trabalho dos machadeiros utilizados para destruição parcelada das florestas, depois,os pelotões de operadoras de motoserras para acelerar a derrubada, e logo,para cortar madeira nobre,destinada a uma exportação que quase nada favorece a região e o país.
No processo de garimpagem do ouro os homens fizeram escravos à retaguarda de matas beiradeiras, empossaram água e envenenaram rios e igarapés com resíduos de mercúrio .Pequeninos animais ao sabor do acaso picaram garimpeiros afetados pela malária e se tornaram os vetores tradicionais para infectar índios “o ódio dos nascidos na terra Amazônica pelos invasores de seu espaço de vida e sobrevivência é profundo e não removível a curto prazo”.
A chamada ocupação da Amazônia pode ser reconhecida como altamente predatória e em alguns casos até criminoso pela violência social, pela invasão de terras indígenas e interferências provocadas a cultura local bem como a saúde da população.
Em terras acreanas surgiu uma reação popular denominada “empate”! que nada mais era que uma união de seringueiros conscientes,organizados para impedir o desmatamento e a transformação de velhos seringais em pastagens.As lideranças extrativistas do Acre esperavam que o mundo inteiro aprenda a ajudar e proteger os povos da floresta com inteligência sensibilidade cultural,sem a intermediação de pretenciosos grupos de interesse ou impotentes lideranças externas.

Referências Bibliográficas:
A’b’Sáber,Aziz Nacib-A Amazônia: Do discurso à práxis-2ª ed-São Paulo:Editora da Usp,2004.
Post de Sheila de Araújo

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